História

É recente a referência à zona envolvente da Paróquia do Senhor Jesus do Padrão da Légua, tal como hoje a entendemos. Porém a primeira referência documental conhecida ao Lugar do Padrão (Lugar de Padram) data do século XIII, a propósito das inquirições eclesiásticas de 1258. Sabe-se, ainda, que a formação do Lugar do Padrão (posteriormente Padrão da Légua), toca diretamente a História de Leça do Balio.
Não obstante, avançando um pouco no tempo, antes de 1910 já existia o núcleo velho do Seixo, com construções de características agrícolas. No final dos anos 20 do século passado, assiste-se ao fervilhar da civilização: começa a construir-se nas imediações do cruzamento das estradas de saída do Porto em direção a Vila do Conde e da cintura de Matosinhos a São Mamede de Infesta, bem como ao longo das vias referidas. Por seu lado, em 1930, começam-se já a delinear "com insistência, os lugares da Arroteia e parte do Monte da Mina e do Seixo. Já em 1940, com os lugares referidos em grande desenvolvimento, esboça-se o lugar de São Gens, que em 1960, atinge as quatrocentas casas.
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Faltava ainda o fortalecer da comunidade cristã, porque escasseava um lugar de culto e as igrejas paroquiais circundantes eram sobejamente longe. Este problema preocupa a Diocese. Pensa-se então na construção de um templo mas, mais tarde, a ideia é abandonada. O primeiro lugar pensado para o efeito foi o Seixo, que chegou a acolher a visita de D. António Ferreira Gomes.
O primeiro passo escolhido para a coesão da comunidade cristã nesta zona foi o de uma ação missionária. Assim, o padre Leonel de Oliveira foi eleito para a missão. O Bispo confiou-lhe o cargo de “uma experiência pastoral em ordem e criação de uma nova paróquia.”
Entretanto, no dia 2 de Fevereiro - e pela primeira vez - sairia uma procissão do novo templo, em direção ao cruzeiro do Senhor do Padrão, onde o padre Leonel de Oliveira falou a uma "multidão de fiéis". Depois a procissão passou pelas ruas Nova do Seixo, Central do Seixo, Monte da Mina e Arroteia, regressando á capela e terminando com uma missa, na qual o pároco falou de novo aos paroquianos.
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Depois disso, deu-se a instituição canónica da paróquia [em 1964]. Celebrávamos as Eucaristia na Capela, onde tivemos de fazer um coberto, porque a Paróquia começara a expandir¬-se a afluência às celebrações ia aumentando. A multidão era grande. Foi necessário multiplicar as missas, porque a capela começava a rebentar pelas costuras".
A 2 de fevereiro de 1964, “considerando os resultados felizes sa experiência pastoral, e retocados os limites experimentais”, o padre Leonel de Oliveira lia publicamente o Decreto Episcopal da criação definitiva da Paróquia do Senhor Jesus do Padrão da Légua.
Em Setembro de 1975, o Padre Leonel de Oliveira pediu a demissão de padre da paróquia do Padrão da Légua através de Carta remetida ao Bispo. A assistência presbiteral foi assegurada pelo seu colaborador, o Padre Gaspar por cerca de uma ano, quando foi nomeado Administrador Paroquial o Padre António Inácio Gomes, na altura pároco da Paróquia da Senhora do Porto. Em 1977 é nomeado o pároco António Maria Pereira Barros. Nesse mesmo ano deu-se início às obras de construção da Igreja Paroquial.
A 12 de Outubro de 1980, D. António Ferreira Gomes benzeu solenemente a Igreja Paroquial do Padrão da Légua. Com a inauguração da igreja nasce uma nova fase para a comunidade cristã do Padrão da Légua. A comunidade foi-se desenvolvendo e afluía às celebrações em número crescente. Em simultâneo, a catequese ia-se reorganizando e os trabalhos de melhoramento da área envolvente à Igreja prosseguiam.
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A 1 de Fevereiro de 1984 é inaugurado o Infantário, bem como o salão de atividades de tempos livres da paróquia. Em meados de 1987 a paróquia inicia a construção do Auditório com capacidade para 600 pessoas que se prolonga por um ano, sendo inaugurado em 1988. Em 1990 era a vez do Lar Paroquial “Mãe de Jesus” ser inaugurado.
Em 1993 o Padre Barros já se encontra debilitado e é nomeado Administrador Paroquial o padra João Matias Azevedo, pároco de Santa Cruz do Bispo. A 11 de Junho de 1993 a paróquia recebe a notícia do falecimento do Pe. Barros.
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A 14 de Junho de 1994 o padre Joaquim Mário Areal Andrade é nomeado Pároco do Padrão da Légua pelo Bispo D. Júlio Tavares Rebimbas.
Com a igreja a anunciar sinais de degradação foi necessário iniciar um novo processo de requalificação. Começa então uma nova fase para os paroquianos que durante mais de um ano e meio celebraram a Eucaristia no Auditório da Paróquia, enquanto decorriam os trabalhos na Igreja. Nesse mesmo ano (1998) foi criado o Fundo Paroquial para ajuda na manutenção da paróquia.
A 13 de fevereiro de 1999 o Bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho consagrou e benzeu o novo altar e o novo Ambão, numa celebração com casa cheia: mais de 800 pessoas.
Findam os anos 90, passa-se a um novo século e com ele renasce uma Igreja Renovada, marcada pela História, mas também firma-se a vontade de continuar o dinamismo da Paróquia.
Em 2004 é criado o Conselho Paroquial de Pastoral que vem ajudar na criação de um novo dinamismo na pastoral da paróquia.
Ao longo dos anos vão sendo feitas também novas obras estruturais com vista a melhorar os espaços paroquiais e dotá-los de meios para que seja possível levar a cabo todas as atividades paroquiais
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Em 2015 é lançado o site da paróquia do Padrão da Légua (em conjunto com o Centro Social Paroquial do Padrão da Légua) o que, juntamente com as plataformas das Redes Sociais que também vão surgindo (Facebook, Instagram, Youtube e Twitter) vão ser uma nova forma de comunicação com aos paroquianos. Neste sentido também, em finais de 2018 é apresentada a Newsletter “Uma Légua no Padrão” que semanalmente é enviada para os paroquianos com informações da paróquia e da Igreja.
A história da paróquia vai-se fazendo e criando a cada dia e por cada um dos paroquianos com cada atividade que se desenvolve e cada gesto que se faz. A cada dia é construída uma nova página desta bela história que é a Paróquia do Padrão da Légua.

(texto com excertos adaptados do livro "Memórias e Testemunhos, Outubro de 2005”)