Peregrinar não é apenas um ato de caminhar, ou uma simples viagem, ou determinar um trajeto mais ou menos curto, peregrinar é pegar no essencial da vida e caminhar motivado “por” ou “para algo”.
Esperança vem do latim spes, que significa confiança em algo positivo. É um conceito, uma crença emocional, que se manifesta em maneiras de ser, estar e agir no mundo. A esperança está ligada à fé, porque a pessoa com esperança acredita em uma coisa que ainda não vê, que está no futuro: Deus é a esperança de todo cristão, porque Ele sempre cumpre o que promete.
Peregrinar na esperança é assim pormo-nos a caminho, no caminho de Deus! Neste ano um caminhar singular marcado pela singularidade do Ano Jubilar de 2025, somos convidados a caminhar ainda mais para Deus e a levar Deus aos outros.
“Como Povo de Deus, Povo peregrino desta tão bela porção da Igreja Universal, queremos fazer da celebração festiva do Ano Jubilar o nosso primeiro objetivo pastoral, com vista a reanimar a esperança e a confiança, no coração das pessoas e do mundo e também na obra da Evangelização, onde tantas vezes o pessimismo estéril e a nostalgia do passado, bem como o medo paralisante do futuro, ou mesmo a tentação de amarrar o presente às nossas expectativas idealistas, não nos deixam perceber a graça deste tempo, as suas oportunidades e desafios.” (Plano Diocesano de Pastoral 2024-2025 da Diocese do Porto)
Depois de nos últimos anos termos andado a “fazer caminho”, este ano o mote é peregrinar. Não apenas caminhar na direção de uma ou outra igreja ou santuário (também teremos tempo para isso), mas peregrinar interiormente no caminho e na esperança de Deus, aproveitando e desfrutando do ano jubilar que vamos celebrar.
“Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma: «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (…). Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,1-2.5)” (Bula de proclamação do Jubileu ordinário do ano 2025).
Clique aqui para aceder ao Plano Paroquial de Pastoral da nossa paróquia.
I. Entrada
Ainda se vivem os dias da Jornada Mundial da Juventude e da alegria de largas centenas de milhares de jovens que se juntaram em Lisboa para juntos celebrarem a sua Fé. Os vários quilómetros percorridos a pé, as poucas horas de sono, o cansaço… tudo foi superado pela participação na Jornada. O convívio com jovens de todo o mundo, a partilha de experiências, a participação nos diversos momentos de oração e não só, as palavras do Papa Francisco, e o verdadeiro encontro com Jesus, fizeram superar todas as peripécias e cansaços.
“A Igreja em geral e nós, Diocese do Porto, em particular, não podemos desperdiçar esse entusiasmo. A partir dele, construiremos uma “Igreja em saída”, um ousado dinamismo missionário, uma nova etapa evangelizadora marcada pela alegria, como refere este Plano e o Papa tanto recomenda (cf. EG 1). Neste sentido, o tempo pós-Jornada será crucial. Assim saibamos nós canalizar o dinamismo gerado.” (Plano de Pastoral da Diocese do Porto 2023-2024).
Falar em jovens é sinónimo de falar em alegria, em fermento, em novidade, em dinamismo, pois é isso que muitos jovens são (ou pelo menos é aquilo que se espera que sejam). Num tempo em que se diz por aí que a Igreja está “velha”, em decadência, e da qual os jovens se afastam cada vez mais, juntar numa jornada católica cerca de milhão e meio de jovens para conviver, estar com o Papa e rezar é obra!
“Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, dêem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho.”(Evangelli Gaudium, 114).
Estas palavras escritas pelo Papa Francisco em 2013 bem que poderiam resumir os discursos e homilias feitas pelo Papa Francisco nos diversos eventos da JMJ, onde as palavras inclusão e amor ao próximo foram muitas vezes proferidas. Uma Igreja de Todos e para Todos, onde Todos se sintam amados e onde Todos amem cada um daqueles que se aproximam. Esta, poderíamos dizer que seria uma Igreja utópica, mas que se Todos quisermos poderá ser uma Igreja bem real.
A alegria vivida e transmitida pelos jovens na Jornada Mundial da Juventude poderá e deverá ser o nosso “combustível” para mais um ano pastoral, assim todos o queiramos.
Clique aqui para aceder ao Plano Paroquial de Pastoral do ano 2023/2024.
“A nível pastoral, a nossa Diocese do Porto está a viver um triénio sob a designação genérica: “Juntos por um caminho novo”. Cada uma destas palavras constitui, por si, um verdadeiro programa: “juntos” exige escuta e partilha capazes de gerar a unidade e fazer de nós uma Diocese coesa na dinâmica evangelizadora” (pórtico do Plano de Pastoral da Diocese do Porto 2022-2023).
Tendo como base este mesmo caminhar juntos por um caminho novo, pretendemos também na nossa paróquia fazer este mesmo caminho, juntando e agregando todos, sejam eles elementos ativos nos vários grupos e movimentos paroquiais, paroquianos que apenas participam nas eucaristias dominicais, aqueles que procuram a paróquia por causa de um sacramento ou documento, ou aqueles que, como diz o Papa Francisco, vivem nas periferias e, por algum motivo, estão afastados da Paróquia. Todos somos convidados a caminhar juntos!
O ano pastoral 2022-2023 será um ano pastoral diferente, culminante e desafiante em vários níveis. Será diferente pois é o ano em que teremos dois grandes acontecimentos na Igreja: as Jornadas Mundiais da Juventude e o Sínodo dos Bispos 2021-2023 (embora este só tenha lugar em Outubro de 2023, já no próximo ano pastoral). Será culminante, pois as Jornadas Mundiais da Juventude, que estão a acontecer na sua primeira fase há já muito tempo com diversas atividades para os jovens já a serem trabalhadas e outras preparadas, culminarão com as mesmas a terem lugar em Agosto de 2023 com a participação do Papa Francisco. O Sínodo dos Bispos, depois de escutadas as opiniões de milhões de católicos e não católicos de todo o mundo, finalmente se reunirão Bispos e representantes de todo o mundo para serem tiradas as necessárias conclusões desta escuta do Povo de Deus. Desafiante será o caminho que depois destes dois grandes eventos seguirá a Igreja.
A importância dos jovens no novo caminhar da Igreja é importante e essencial, pois serão eles os adultos do amanhã. Serão eles que irão liderar este mesmo caminho no futuro, por isso mesmo é necessário que sejam acolhidos, integrados e também formados no conhecimento de Deus, e não apenas formatados no ensino dos mandamentos e das orações.
Assim como os jovens são importantes no caminhar da Igreja, os adultos e os idosos também o são, e têm um papel fundamental e fulcral neste mesmo caminho, pois com a sua experiência e sabedoria deverão ser o guia destes jovens. Deste modo, ninguém se deverá considerar de fora deste projeto paroquial, mas antes verdadeiramente parte dele, pois todos, mesmo todos, são importantes nesta caminhada.
A todos nós nos é pedido que sejamos “parceiros fiáveis em percursos de diálogo social, cura, reconciliação, inclusão e participação, reconstrução da democracia, promoção da fraternidade e amizade social.” (Documento preparatório do Sínodo, introdução, n.º 2)
Na Assembleia Paroquial Sinodal realizada em Março deste ano, diversos foram os temas apresentados e que a todos nos deverão fazer meditar e pensar: seja a necessidade de mais formação dos leigos, seja uma maior interajuda entre os elementos dos vários grupos, seja a necessidade de maior dinamização das eucaristias, dos sacramentos e outros momentos de oração, etc. Todos, por certo, sentiremos a necessidade de, através das ações presentes, caminhar para um futuro que seja de uma verdadeira comunidade junta e próspera. É isso mesmo que estaremos dispostos com as diversas propostas deste Plano Pastoral. Compete a cada um de nós fazer a sua parte, e juntos o conseguiremos.
Clique aqui para aceder ao Plano Paroquial de Pastoral do ano 2022/2023.