Na Igreja Jubilar do Bom Jesus de Matosinhos teve lugar, na tarde de domingo, dia 12 de outubro, o 50.º encontro de coros litúrgicos das Paróquias de Matosinhos. Foi um verdadeiro jubileu vicarial dos coros paroquiais dentro do grande e universal jubileu em curso. Participaram cerca de 150 cantores dos coros das paróquias da Vigararia. Esta é a quinquagésima edição destes encontros vicariais, cuja inspiração e paternidade se deve ao zelo pastoral pela música litúrgica do tão saudoso Padre Ângelo Ferreira Pinto, então Pároco de Perafita, que os iniciou, com o apoio de toda a Vigararia.
O encontro foi preparado longamente, desde fevereiro a outubro, com cerca de 10 ensaios, o que se torna, desde modo, um contributo decisivo, quer para a formação e qualificação litúrgico-musical dos coros paroquiais, quer para o desenvolvimento da Vigararia, como unidade fundamental da pastoral de conjunto.
O repertório para este encontro foi precisamente a interpretação musical da obra “Nós Vos louvamos” (Te Deum), do compositor Eugénio Amorim. Esta obra fora elaborada em resposta a um pedido da Vigararia de Matosinhos, para um encontro de coros, precisamente há cerca de 26 anos. A primeira apresentação (estreia) desta obra teve lugar em 25 de novembro de 2001, no Mosteiro de Leça do Balio, a assinalar, à época, os 25 anos dos Encontros de coros, com a presença de cerca de 300 vozes no coro.
A obra é constituída por 9 números (a partir do texto integral do Te Deum), escrita para grande coro, septeto de metais, tímpanos, órgão, soprano e tenor solistas. E assim mesmo foi apresentada, no domingo, dia 12 de outubro, com a participação de 150 pessoas no grande coro, septeto de metais e percussão, constituído por músicos profissionais provenientes de Aveiro, Beatriz David ao órgão, tenor João Carlos Soares e soprano Susana Milena.
Na palavra de abertura, o Sr. Dom Joaquim Dionísio, Bispo Auxiliar, saudou os presentes, agradeceu a todos e felicitou a Vigararia pela perseverança nesta iniciativa. Recordou aos coralistas que o canto litúrgico é uma forma de partilhar os dons de Deus, um caminho de santificação pessoal e uma forma de evangelização, invocando do Senhor de Matosinhos “que nos dê ousadia de partilharmos os dons de Deus, de os fazermos render, com o espírito de quem serve”.
O prof. Emanuel Pacheco, Diretor do Serviço Diocesano de Música Sacra, que dinamizou e acompanhou, preparou toda esta iniciativa e dirigiu o coro, recordou com “emoção” e “gratidão” a preciosa iniciativa e herança do Pe. Ângelo Ferreira Pinto. E mostrou-se feliz por mais esta tradição cumprida quase ininterruptamente na Vigararia de Matosinhos, ao longo de 50 anos.
(texto de Pe. Amaro Gonçalo in Voz Portucalense)
Poderá ver ou rever estes encontro no vídeo abaixo.
Em resposta à sugestão do Conselho Vicarial de Pastoral, o Dia de Reflexão Vicarial, que habitualmente introduz o tempo quaresmal, foi vivido intensamente, em exercício sinodal, no passado dia 1 de março, nas instalações da Paróquia de Lavra. Participaram cerca de 170 colaboradores pastorais das 12 paróquias da Vigararia de Matosinhos.
No Auditório de Lavra, o Padre Amaro Gonçalo fez uma introdução sobre a sinodalidade como modo (e não como «moda») e como estilo de edificação da Igreja. Ligou a coincidência do tema proposto a um dos tópicos da Mensagem do Papa para a Quaresma: «a conversão sinodal».
Acentuou depois algumas caraterísticas e disposições pessoais e espirituais, de modo que o diálogo não se transforme em duelo e que a participação ativa de todos os fiéis, no processo de discernimento, elaboração e de aplicação das decisões, não siga a regra parlamentar da maioria, mas a procura de um consenso, gerado pelo Espírito, sempre em obediência à vontade de Deus.
Em pouco mais de trinta minutos, o Padre Amaro apresentou alguns pontos do Documento Final do Sínodo sobre a sinodalidade (45; 82-84; 91-93; 105), insistindo no processo de discernimento, nos seus passos concretos e na desejável superação da tensão entre consulta e deliberação.
Os participantes acolherem algumas disposições espirituais e regras práticas, para o efetivo exercício da sinodalidade.
Depois, na ampla «sala das colunas» formaram-se 17 grupos de 10 pessoas cada, para responder à questão fundamental: “Como fazer crescer no espírito sinodal as nossas paróquias”?
Os grupos seguiram o método da conversação espiritual, em três rondas, de cerca de meia hora cada, com intervalos, para o silêncio e para o convívio.
Depois do almoço, e concluída a terceira ronda, fez-se o Plenário das sínteses por grupo, no interior da renovada Igreja de Lavra, entremeado com silêncios, para a escuta humilde e ativa das partilhas. De realçar, que todos cumpriram escrupulosamente os tempos de intervenção, seguindo a recomendação da folha individual: “Procure, em clima de oração e de escuta, deixar-se inspirar e guiar pelo Espírito de Deus e pelas suas moções e não por quaisquer emoções «à flor da pele», de mera crítica, de derrotismo, de contestação, de culpabilização, de ressentimento, de superioridade. Escreva e descreva apenas aquilo que sente ser o Espírito Santo a sugerir-lhe, na mente, no coração, na vida”.
Na verdade, no Plenário o clima foi de oração e de partilha, sem palavras amargas, sem críticas mordazes, sem picardias ou recados a quem quer que fosse. Os leigos revelaram grande maturidade, um apurado «sensus fidei», com sugestões e anseios conformes ao que o Espírito Santo diz à Igreja.
Do Plenário, sobressaíram alguns desafios pastorais, dos quais destacamos: a intensificação prática de uma cultura sinodal nas nossas paróquias, valorizando a oração, a escuta ativa e o diálogo franco nas reuniões pastorais; a importância do acolhimento e das relações interpessoais, numa Igreja onde haja lugar para todos; a necessária articulação e promoção da interparoquialidade; a assunção de ministérios laicais, que permitam respostas pastorais adequadas; o efetivo funcionamento dos Conselhos Paroquiais de Pastoral e dos Conselhos para os Assuntos Económicos; o trabalho em rede e em equipa; a difusão e a aplicação do método da conversação espiritual na vida dos vários grupos pastorais; a melhoria da comunicação da Igreja, também a nível digital; a inclusão, escuta e envolvimento dos jovens nos processos de discernimento pastoral.
O testemunho dos presentes foi o de uma experiência gratificante, que deve ser aplicada, replicada e multiplicada a nível paroquial, vicarial e diocesano. Para já, o «ensaio» de uma assembleia sinodal vicarial – dito por todos – correu mesmo muito bem!
Pe. Amaro Gonçalo, pároco da Senhora da Hora
Sob a presidência de Dom Joaquim Dionísio, Bispo Auxiliar do Porto, a Vigararia de Matosinhos marcou, no Domingo da Festa do Batismo do Senhor, dia 12 de janeiro, o início do Ano Jubilar. Fê-lo, com grande entusiasmo, na Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, decretada pelo Bispo Diocesano como Igreja de Peregrinação Jubilar.
A Eucaristia foi precedida de uma hora para a celebração da Reconciliação, com uma muito significativa (e até surpreendente) participação de penitentes.
Na Eucaristia, participaram os presbíteros e diáconos da Vigararia. Das 12 paróquias, participaram também, na celebração, e de forma representativa, leitores e acólitos de toda a Vigararia. Seguindo a proposta litúrgica do Rito de Abertura do Ano Jubilar, foi entronizada a Cruz, com a aclamação “Salve, Cruz de Cristo, única esperança” a que a multidão dos fiéis respondeu “Vós sois a nossa esperança, não nos confundais para sempre”.
Na sua homilia, Dom Joaquim recordou que é próprio do discípulo ser peregrino, porque a vida cristã é um caminho. Referiu então que a esperança não se confunde com a expetativa “de que vai correr tudo bem”, pois o cristão sabe que terá sempre de encontrar dificuldades e resistências. A esperança reside na certeza de que “a nossa vida está prenhe de sentido” e que “este sentido tem a sua fonte na nossa filiação divina”.
Dom Joaquim desafiou os fiéis a “ter gestos de esperança”, no acolhimento e no perdão. “Onde há amor há perdão. Onde há perdão e amor há um futuro de esperança”, disse. Por último, partindo da frase inicial do Evangelho («todo o povo estava na expetativa»), deixou, como ponto de meditação para a assembleia dos fiéis: “Quais são as nossas expetativas, como cristãos, para este ano jubilar”?
A celebração incluiu preces apropriadas ao contexto, inspiradas em algumas propostas da Bula “Spes non confundit”. As ofertas recolhidas na celebração e apresentadas ao altar foram destinadas às atividades da pastoral penitenciária, “uma realidade muito marcante da nossa Vigararia, com três estabelecimentos prisionais em Custóias e Santa Cruz do Bispo”.
No Rito de envio, foram entregues a um representante por paróquia, respetivamente pelo Bispo Dom Joaquim Dionísio, pelo Pároco local (Pe. Emanuel Brandão) e pelo Vigário (Pe. Francisco Andrade), um colar com uma âncora (símbolo da esperança), a credencial do peregrino (elaborada pela Paróquia de Matosinhos) e uns crachás com o logótipo do ano jubilar na Diocese.
Foi, sem dúvida, um “bom início de ano jubilar” a nível vicarial, com uma entusiasta adesão do santo Povo de Deus.
AG